Aula aberta sobre enfermagem na Atenção Primária recebe professora de universidade alemã como palestrante

Postado por Padrão do site em 04/out/2019 -

Aline Bonifácio

Em 03 de outubro, o Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal Fluminense, recebeu a professora da Escola de Saúde Pública da Universidade de Bielefeld (Alemanha), Kerstin Hämel, e a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Lígia Giovanella, para uma aula aberta sobre práticas avançadas de enfermagem na Atenção Primária. A atividade integrou as turmas do Mestrado em Saúde Coletiva, da Universidade Federal Fluminense (UFF), e do Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde), do polo UFF.

Kerstin Hämel, citando o trabalho de Kendall e Freund, afirmou que muitos países têm fortalecido suas equipes de Atenção Primária, buscando implantar equipes de trabalho intersetorial. Essas equipes desafiam a concepção de que o cuidado com o paciente é uma tarefa de responsabilidade prioritária dos médicos e propicia que enfermeiros, parteiras, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais de saúde assumam novas e maiores responsabilidades. Esses profissionais atuam em parceria com médicos de família para promover cuidados centrados no paciente e na comunidade.

Kerstin Hämel, em palestra no Instituto de Saúde Coletiva, na UFF
Kerstin Hämel

Centros de Atenção Primária, com equipes multi/ interprofissionais, foram construídos em larga escala em alguns países europeus, tais como Suécia, Finlândia, Espanha, Portugal e Eslovênia. Em menor escala, esses centros foram estabelecidos na Bélgica e nos Países Baixos. Equipes multiprofissionais têm sido progressivamente introduzidas nos sistemas de saúde da França, Alemanha, Suíça e Estônia.

Kerstin Hämel exemplificou o trabalho diferenciado das enfermeiras na Eslovênia, onde foram estabelecidas enfermarias comunitárias, unidades independentes dos centros de saúde. As enfermeiras realizam visitas preventivas nas residências, tendo como foco o cuidado infantil, materno e com a terceira idade. Elas também lidam com cuidados pós-operatórios e com pacientes em estado agudo ou doentes em estado terminal. Essas profissionais se comunicam constantemente com os médicos generalistas dos centros de saúde.

Hämel citou ainda Ellner e Phillips, que defendem a implantação da Atenção Primária nos Estados Unidos por entenderem que o sistema do país deve ser remodelado para o cuidado integral dos indivíduos e direcionado também para a escuta, tratamentos odontológicos e serviços sociais. Os autores também afirmam que relacionamentos servem como alicerces de valor na Atenção Primária e tem sido, cada vez mais, encorajados pelas equipes. Isso melhora a gestão clínica ao ampliar o papel de pacientes e profissionais não-médicos em muitos aspectos do cuidado.

Rede Nacional do ProfSaúde/ MPSF

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